sábado, 29 de janeiro de 2011

Aos meus Olhos...

"Toda cor é uma interpretação que o cérebro faz dos sinais luminosos. Por isso, nunca se saberá ao certo, se duas pessoas enxergam uma cor exatamente da mesma maneira. Às vezes, a percepção de uma cor pode ser afetada pelo efeito de contraste."
                Eu li isso em algum site e como nunca consigo ficar no zero a zero com uma questão, eu me pus a pensar. Somos tão peculiares, tão únicos e individuais que até a simples interpretação de uma cor pode ser distinta a cada ser humano.
                Fascinam-me, em demasia, as tantas possibilidades de ideias que se escancaram à nossa frente. Como temos o pleno domínio sobre o que pensar, sobre o que acreditar. É espantoso, por exemplo, olhar o Cristianismo e perceber que existem várias denominações diferentes, mas todas têm um denominador comum. Essas diferentes denominações não provêm de Deus, ou de caminhos diferentes, pois elas se baseiam na doutrina de Cristo. O que as difere é a interpretação dessas doutrinas. Assim acontece com o mundo, com a política, com os sentimentos... É assim em relação aos medos, aos problemas, às experiências. Uma situação idêntica pode causar conseqüências diferentes em pessoas diferentes.
                Somos resultado de nossas interpretações, de como encaramos as coisas, sejam boas ou ruins, que se levantam no cotidiano. Mas as maiores lições que aprendemos em toda nossa existência provêm de nós mesmos. Se permita tirar suas conclusões, pois quando aceita um ponto de vista que não é seu, você vive a verdade de outra pessoa! Pense nisso!

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A quem possa interessar!

Me indagaram sobre a diferença entre amor e paixão. Eu particularmente nunca consegui perceber a enorme e escachada distancia que a maioria das pessoas identifica.  A diferença consiste na quantidade de paixão que colocamos no amor e na dosagem certa de amor nas paixões!  Um complementa o outro. Como tudo na vida tem que ser, uma sucessão de complementos. Assim como numa refeição onde sabores se misturam.
Acho interessante a nossa determinação em querer nomear e identificar coisas, pra que elas possam ser mais bem entendidas! Mas puta merda, algumas coisas precisam essencialmente ser vividas e de forma intensa. Sem reservas. No final tudo vira historia, tudo nasce como experiência. Viver e melhor que temer.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Pés e asas

Por muito tempo eu fiquei com medo de mim, das minhas vontades, das minhas capacidades, dos meus gostos. Por muitas vezes fui refém da opinião alheia, dos olhos que poderiam me condenar, dos meus pais. Tinha medo ate mesmo de falar ou de expressar o que sentia, e pode crer amigos, eu só perdi com isso.
                Eu vi uma pessoa que eu amava muito escorrer pelos meus dedos, por simples incapacidade minha de dizer o que sentia. Quando era pra ser exposto eu guardava, e compensava com presentes, jantares, festas... Depois dessa perda, aprendi a força que tem o ato de se expressar.
                Eu vi amigos chorarem por que eu não estava lá na hora que eles precisaram, por que eu tive medo de incomodar ou ser inconveniente. Tive que por inúmeras vezes ajudá-los a levantar, mas de certo se eu estivesse perto poderia ter evitado a queda. Com isso aprendi ser mais presente.
                Em momentos tais eu me perdia por não saber o que fazer quando eu via as lagrimas dos que amam rolarem, tentava aliviar com palavras e com conselhos pré-moldados que pouco surtia. Foi aí então que dei valor à magia de um sorriso e de um abraço apertado.
                Somente depois de tantos altos e baixos eu percebi que todos os meus medos eram meramente limites incômodos. E pouco a pouco foi encasulando-os e os guardando em uma estante, pra que sempre que olhar pra eles eu possa me lembrar que me tornei o que sempre quis ser, que eu amadureci e cresci!  Hoje sou melhor que ontem e pior que amanhã! Nada me faz mais otimista que saber que evolução é isso, matar um leão por dia e jogar por terra alguma coisa que te meta medo de verdade! Hoje eu tenho os pés no chão e asas pra quando eu quiser voar!

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Salve Minha vida


Mais uma vez ela se vê na bifurcação entre o desejo incontrolável e a saciedade momentânea. Ela sabe exatamente onde vai dar isso. Não é a primeira vez que ela tenta parar. Mas dessa vez é diferente, dessa vez ela realmente quer, por ela, por ele. Deve realmente ser frustrante ver todas as promessas se tornando toxinas e entorpecendo sua mente.
Depois de ter escalado o poço por tantas vezes e sempre cair d novo, provando a si própria que é extremamente fraca e imbecil, só resta fazer o que sempre faz, chorar... Então num rompante surpreendente, quando a fumaça e o cheiro se dissipam no ar e seu cérebro a começa(mais rápido que da outra vez, diga-se de passagem) a recobrar sua consciência perfeita, ela toma coragem e caminha até o telefone e liga pra ele, contando que tivera mais uma recaída.
Na outra ponta da linha ela nem imagina que cara ele tenha feito, mas o silêncio que fatidicamente pairou após ele ficar sabendo da noticia... Ela o chama, e nada. Faz isso algumas vezes ate que o silêncio se desfaz com um fungado de choro e um suspiro nitidamente de desapontamento... Então num ato desesperado ela abre a boca, sua face exprime tanta dor que me parece que sua saliva é ácido sulfúrico, de sua garganta ecoa um pedido junto a lagrimas e imagens que rondam sua memória, então ela brada: SALVE MINHA VIDA. E como resposta, o tom de ocupado.
Nunca em toda sua existência se sentira tão sozinha. Nem em suas turvas noites de abstinência, nem mesmo quando fora internada com overdose pela primeira vez... Ela para e pondera o seu valor, se vale a pena tentar viver ou se a saída de emergência daria mais paz a ela e seus entes. Vai ate a geladeira, bebe água e vê o que pode comer. Desiste de rasgar os pulsos, ela não teria coragem. Se olha no espelho do banheiro e pergunta como chegou a esse ponto, como pode se entregar... Milhões de questionamentos passam pela sua cabeça, porem o que mais lhe aflige é o tom de ocupado do telefone, mas ela não poderia culpá-lo. Depois de tantas tentativas e tantas recaídas é natural que ele tenha desistido dela.
A solidão dessa vez aperta mais o coração da pobre moça, como vai ser sem ele? As lagrimas jorram. A campainha toca! Quem poderia ser essa hora? Ela faz força pra não ir atender, afinal ela esta um trapo, por dentro e por fora. Porem o visitante é insistente e aperta varias vezes, e bate com força... Então ela seca o rosto amarra os cabelos desgrenhados e vai em direção a porta. Abre. É ele... ela receia em abraçá-lo, porem, antes que qualquer atitude pudesse ser tomada, ele põe as mãos sobre os ombros dela e simplesmente diz: - Dessa vez você consegue...