domingo, 9 de janeiro de 2011

Pés e asas

Por muito tempo eu fiquei com medo de mim, das minhas vontades, das minhas capacidades, dos meus gostos. Por muitas vezes fui refém da opinião alheia, dos olhos que poderiam me condenar, dos meus pais. Tinha medo ate mesmo de falar ou de expressar o que sentia, e pode crer amigos, eu só perdi com isso.
                Eu vi uma pessoa que eu amava muito escorrer pelos meus dedos, por simples incapacidade minha de dizer o que sentia. Quando era pra ser exposto eu guardava, e compensava com presentes, jantares, festas... Depois dessa perda, aprendi a força que tem o ato de se expressar.
                Eu vi amigos chorarem por que eu não estava lá na hora que eles precisaram, por que eu tive medo de incomodar ou ser inconveniente. Tive que por inúmeras vezes ajudá-los a levantar, mas de certo se eu estivesse perto poderia ter evitado a queda. Com isso aprendi ser mais presente.
                Em momentos tais eu me perdia por não saber o que fazer quando eu via as lagrimas dos que amam rolarem, tentava aliviar com palavras e com conselhos pré-moldados que pouco surtia. Foi aí então que dei valor à magia de um sorriso e de um abraço apertado.
                Somente depois de tantos altos e baixos eu percebi que todos os meus medos eram meramente limites incômodos. E pouco a pouco foi encasulando-os e os guardando em uma estante, pra que sempre que olhar pra eles eu possa me lembrar que me tornei o que sempre quis ser, que eu amadureci e cresci!  Hoje sou melhor que ontem e pior que amanhã! Nada me faz mais otimista que saber que evolução é isso, matar um leão por dia e jogar por terra alguma coisa que te meta medo de verdade! Hoje eu tenho os pés no chão e asas pra quando eu quiser voar!

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